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'Morreu afogado e ficou duas semanas nas águas podres aguardando ser encontrado', relata filha de vítima da enchente em Canoas

José se recusou a sair de casa quando os bairros começaram a alagar em Canoas. Com 30 mortes, município foi o que mais registrou óbitos decorrentes das enchentes no Rio Grande do Sul.
  • Categoria: Geral
  • Publicação: 03/06/2024 09:39
  • Autor: G1

Uma notificação no celular de Daniela Costi trouxe a pior notícia que ela poderia receber: o nome de seu pai estava na lista mortos divulgada pela Defesa Civil Estadual em decorrência das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul.

José Marison de Barros Costa, de 72 anos, um aposentado que morava no bairro Cinco Colônias, em Canoas, está entre as 172 vítimas da tragédiaEle morreu afogado na rua onde morava, o que, segundo a filha, foi consequência de uma decisão tardia de sair de casa.

"Morreu afogado e ficou duas semanas nas águas podres aguardando ser encontrado", relata a filha.

José morava com o outro filho, Flávio, que estava abrigado em Eldorado do Sul, onde trabalha. Flávio não conseguia voltar para casa devido às inundações.

Apesar dos pedidos dos familiares, o aposentado decidiu permanecer em casa na Rua Araçá, acreditando que "a água não iria subir", contou Daniela.

“Toda a família ligou pedindo para ele sair de casa, mas ele achava que não seria tanta água a ponto de se tornar a maior enchente da cidade de Canoas”, explica.